A rotina como ponto turístico

É comum aos viajantes ocupar-se em grande parte dos pontos clássicos das cidades. Lugares belos, emblemáticos e audaciosos. Lugares com histórias de épocas e acontecimentos. Estes lugares são dizeres estruturais que gaguejam pelo abstrato do concreto: repetem muitas partes do que realmente se é. A estrutura é a mesma para todos, porém de forma sublime cada um a vê de inúmeros jeitos. Para além disso, um convite que faço a mim mesmo é o visitar a rotina das pessoas daquele lugar, as aquarelas de movimentos que pintam o dia a dia daquela gente. O que fazem, sobre o que conversam, qual ritmo andam, qual a maior pegada de trabalho que por lá tem, o que sonham, onde geralmente vão, o que falam da própria cidade e principalmente, o que os norteia e dá sentido de ser cidadão daquele lugar! Escuto os causos. Experimento pedaços do real diário, um cotidiano suado: pego ônibus, perambulo no horário de pico e assim conheço o imaquiável da atualidade daquele lugar. As rotinas nos lugares são pontos turísticos para mim, pois aquele mais do mesmo para eles soa-me diferente ímpeto para repensar meus dias. Texto: Eduardo Andrade

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